Empresários perceberam 'leve melhora' no consumo e na situação financeira das empresas. Ritmo de queda na produção em setembro foi inferior aos registrados para o mês desde 2014
A atividade industrial continuou se recuperando gradualmente em setembro, informou nesta terça-feira (22) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade realizou pesquisa entre 1º e 11 de outubro com 1.962 empresas.
"Os empresários já percebem uma leve melhora no consumo e na situação financeira das empresas. Além disso, o ritmo de queda na produção em setembro foi inferior aos registrados para o mês desde 2014, e o emprego subiu 0,4 ponto em relação a agosto", informou a CNI.
De acordo com a entidade, o indicador de produção ficou em 48,8 pontos e o de emprego alcançou 49 pontos em setembro. Ambos estão abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa o aumento da queda na produção e no emprego, informou.
Mesmo assim, segundo a CNI, o indicador de utilização da capacidade instalada ficou estável em 69% e o índice de estoques efetivos em relação ao planejado caiu para 51,4 pontos, mostrando que se reduziu o excesso de estoques do setor.
"O emprego e o nível de estoques desejados em relação ao usual melhoraram. Esses são indícios de que a melhora no mercado de trabalho tem se refletido na demanda interna, com impacto na atividade industrial", informou a entidade.
No entanto, a CNI alerta que os indicadores atuais ainda estão distantes dos observados antes da recessão, o que "reforça a necessidade de continuidade dos esforços de reformas estruturais e melhoria do ambiente de negócios, de modo a superar os entraves que limitam o ritmo de expansão atual".
A entidade avaliou que, depois da conclusão da reforma da Previdência Social, é preciso levar adiante a reforma tributária e implementar ações que ajudem a empresas brasileiras a ter custos competitivos e recuperar mercados.
"Entre essas medidas estão os avanços nas privatizações para melhorar a infraestrutura, a redução dos custos dos financiamentos, a desburocratização e a busca de acordos com outros países que facilitem o acesso aos mercados externos, como o do Mercosul com a União Europeia", afirmou o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.
Fonte: G1 | Imagem: Pexels